Brincar é um momento sagrado. É
através das brincadeiras que as crianças ampliam os conhecimentos sobre si,
sobre o mundo e sobre tudo que está ao seu redor. Elas manipulam e exploram os
objetos, comunicam-se com outras crianças e adultos, desenvolvem suas múltiplas
linguagens, organizam seus pensamentos, descobrem regras, tomam decisões.
É necessário entender o quanto é
saudável cair, se ralar, tropeçar, errar, perder, levar uma bolada, pular,
saltar, rir à toa, correr... Enfim, ser feliz! Isso é ser criança. E tudo isso
prepara as crianças para o futuro, onde terão que enfrentar desafios semelhantes
às brincadeiras. Basta analisar as regras de qualquer brincadeira e compará-las
com o mundo aqui fora. Assuma o compromisso de fazer isto e descubra porque
tenho razão.
O adulto, ao se permitir brincar
com as crianças, sem envergonhar-se disto, poderá ampliar, estruturar,
modificar e incrementar as experiências das crianças. Ao participar junto com
as crianças das brincadeiras, ambos aprendem através da interação, constroem
significados apropriando-se dos diversos bens culturais e se construindo ao
mesmo tempo, entre lembranças de adultos que brincavam quando crianças ou não,
entre novas brincadeiras relembradas, aprendidas ou inventadas, exibindo que,
mais do que coisa de criança, elas são de todos aqueles que ousaram tornar-se
criança também.
Existe um rico e vasto mundo de
cultura infantil repleto de movimentos, de jogos, da fantasia, quase sempre
ignorados pelas instituições de ensino. É uma pena que esse enorme conhecimento
não seja aproveitado como conteúdo escolar. Nem a Educação Física, enquanto
disciplina do currículo, que deveria ser especialista em atividades lúdicas e
em cultura infantil, leva isso em conta.
As instituições de ensino
precisam levar em consideração essa gigantesca importância e aplicar
brincadeiras e dinâmicas no currículo das crianças e dos adolescentes, desde o
pré-escolar até o ensino médio. E isso não é um pedido, é uma obrigação. A
Declaração Universal dos Direitos da Criança (aprovada pela ONU em 1959), no
artigo 7º, ao lado do direito à educação, enfatiza o direito ao brincar: “Toda
criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às
autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito”.
A tradição das brincadeiras tem
ultrapassado gerações e gerações, espalhando-se por diferentes culturas e
países. Sem sobra de dúvidas é necessária uma verdadeira cruzada em favor de um
resgate dos jogos da cultura popular, pois eles estão em extinção. E esse
resgate pode ser feito de duas formas: nas aulas de educação física, que
precisam urgentemente desse conteúdo; e em gincanas recreativas, que deveriam
ser muito mais freqüentes nas escolas de hoje.
Neste manual você tetá à sua
disposição e à disposição da Instituição que você defende, 350 brincadeiras,
dinâmicas e esportes que podem ser praticadas por todas as idades, desde que
sejam adaptadas ao espaço e ao limite de cada um. Todas essas brincadeiras
poderão se transformar em tarefas de gincana, desde que a comissão organizadora
se reúna e faça algumas mudanças nas regras, para que mais pessoas possam
brincar. As brincadeiras são primárias, portanto, seria interessante que o
educador (ou recreador) crie novas brincadeiras tendo estas como base. E se
você ainda duvida da relação que estas brincadeiras têm com os desafios da vida
adulta, escolha algumas para ler e analisar as regras. Duvido que você não
extraia, pelo menos, três lições de vida de cada uma.
Bem,
espero que as brincadeiras sejam úteis e conto com a ajuda da sua instituição
para dar uma infância mais feliz às nossas crianças. E também não podemos
esquecer do quão importante é que os adolescentes e adultos também brinquem,
afinal, todos nós temos uma criança dentro da gente e está mais do que
comprovado que rir faz bem à saúde e estende a longevidade humana. Portanto,
fica registrado o apelo: Vamos Brincar!
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